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Existe hoje, no Brasil, um número significativo de jovens artistas, com bons trabalhos, cuja marca é o interesse pelo que se convencionou chamar de tridimensional (esculturas, objetos e instalações). Trata-se de obras que, pelos meios mais variados, nos fazem fruir esteticamente, o espaço e repensar o nosso conceito de arte, especialmente o de escultura. É neste contexto, que se inclui a obra de Walter Guerra.

Pode-se ver nas obras do artista, desenhos tridimensionais, que no seu desenvolvimento espacial evocam bichos, plantas, construções, sem nunca deixarem de ser o que elas são de fato: -formas puras, em aberto, que antes de mais nada, se oferecem para vivências e consciência do espaço (cada vez menor e mais ocupado por imagens opre$$ivas) que habitamos.

A maneira como as obras de Walter Guerra escapolem de um significado unidimensional, como afirmam “o exercício explícito da liberdade”, como enfrentam os momentos onde tudo quer nos induzir à mera função de consciências egoístas, só restaura a nossa humanidade. Humanidade frágil, mas luminosa no seu desejo de arte e de uma vida onde, fraternamente, se pode compartilhar sentimentos, dúvida e poesia.